“Pagar” para ser esportista no Brasil não é nenhuma novidade, mas a situação pela qual o tenista Ricardo Mello passou na sua volta ao Brasil após representar nosso País no US Open é até certo ponto humilhante.


Ao retornar de viagem, já na alfândega no Aeroporto de Cumbica, o tenista brasileiro teve suas bagagens, raquetes, materiais e uniformes apreendidos por agentes da receita federal. Apesar de alegar que ele é um tenista profissional, e que esses objetos foram provenientes dos seus patrocinadores, não convenceu as autoridades. O último ato foi mostrar seus contratos de patrocínio e inscrições no US Open, tentando comprovar o motivo.


Todas tentativas em vão. Sua liberação só ocorreu após ele pagar os impostos e multas cobrados pelo valor excedente em “mercadorias”.


Esse é apenas mais um terrível exemplo de como os esportistas brasileiros sofrem para realizar seu sonho de se tornarem profissionais. Não bastasse a falta de patrocínio e divulgação, os sacrifícios e despesas na fase de formação, agora temos que enfrentar a falta de informação e bom senso de um funcionário do governo.


Com tudo isso, nosso governo continua falando em sediar grandes eventos, formar novos atletas, alegando que o País já está preparado para essas situações.


Deixo uma situação para reflexão:


“Olimpíadas de 2016 no Brasil. O golfe é um dos esportes que entram no quadro de modalidades olímpicas. Os maiores golfistas do mundo estão sendo esperados para as disputas, pois essa é uma grande oportunidade de mostrar e popularizar o esporte. E a manchete dos principais jornais do Brasil: Desvendada no Aeroporto Internacional Tom Jobim quadrilha internacional que contrabandeava tacos de golfe”...


Pronto. O Brasil conseguiu escrever o seu nome na história da organização de grandes eventos.


* Conrado Nakata é ex-atleta, profissional de marketing esportivo e sócio-diretor da Bravo Marketing Esportivo


fonte : http://negociosdoesporte.blog.uol.com.br/