Quem assistiu ao filme "Progression", há cenas de treinamento do campeão mundial Patxi Usobiaga. Segundo me foi confidenciado, o cara é uma máquina, e pela quantidade e qualidade de seus treinamentos, não foi campeão por acaso.

Parafraseando uma amiga "personal trainer", quem tem preguiça(ou vergonha) de treinar, não fica em forma. "Simples Assim".

Um dos segredinhos da escalada é ter uma tensão corporal boa, em que possa suportar grandes negativos e tetos, e até mesmo movimentos que necessitam distribuir o esforço por todo corpo para isso.

Em "Progression", Patxi aparece fazendo exercício de tensão corporal em um "ab-slider". Aparelho que não é tão caro, e que funciona muito bem para quem não tem tempo e recursos para fazer complementos com Pilates, ou frequentar Biomecânica Funcional.

Complementos como a Biomecânica Funcional funcionam nas unidades da Casa de Pedra na cidade de São Paulo.

Porém, fica a pergunta? O "ab-slider" funciona?

A maioria dos aparelhos destinados à execução de abdominal que aparece na televisão, são apenas indicados para o iniciante que nunca fez esse tipo de exercício. Geralmente têm formato que induz a execução correta, isso analisando sob a ótica da biomecânica de aproximar a origem à inserção para haver a contração, o que considero importante no iniciante.

Ou seja, aprender corretamente o movimento e isso não dispensa orientação profissinal. A falha desses equipamentos é que eles são projetados para um determinado biotipo não permitindo regulagem para o baixinho, o gordo e o "zé grandão".

Aqueles abdômens definitos do tipo "tanque de lavar roupa" que normalmente acompanha a propaganda não se consegue só com o aparelho. Depois de um período inicial de aprendizagem é importante abandoná-lo e fazer o abdominal com sobrecarga progressiva. Claro, fazendo parte de um programa completo de atividades físicas.

Quanto à lesão, qualquer exercício mau executado pode causar danos. No caso, nunca é demais lembrar dos cuidados com a coluna dorsal que deve estar sempre apoiada e as pernas flexionadas na execução do "antigo" abdominal supra umbilical.

O ato de flexionar as pernas visa anular a ajuda dos flexores de quadril, isso inclui não fixar os pés no chão, seja por ajuda de alguém, prender em algum batente ou mesmo estar com caneleiras pesadas no tornozelo fazendo o abdominal.

Os novos aparelhos que estão, na verdade, ressurgindo das cinzas em decúbito ventral, que mais parece um brinquedo com uma ou duas rodinhas, onde o aluno segura com as duas mãos de bruço e ficando de joelhos e escorregando para frente num "vai e volta" tem a intensão de trabalhar, e realmente trabalha, o transverso do abdome. Só que ele deve, na minha opinião particular, somente ser usado por pessoas muito bem treinadas e fortes.

"Não é para iniciante".

Não é difícil fazer uma análise biomecânica desse aparelho observando os braços de alavanca. A lombar faz um ponto de apoio sobrecarregando as L3 e L4 e respectivos discos intervertebrais, especialmente, perigoso principalmente para quem não tem força no abdome. A falta da força acaba levando o aluno a hiperlordizar a lombar. Esses aparelhos foram condenados no passado exatamente por isso.

Ora! Quem tem força no abdome também não precisa desse aparelho porque existem outros métodos mais seguros.

Todos os exercícios de abdome "bem orientados" considero muito mais importante para a saúde do que a visão estética: Proporciona equilíbrio da coluna diminuindo a sobrecarga dos paravertebrais, facilita a respiração, melhora a postura, o trânsito intestinal, a expulsão dos gases, na gestante proporciona um parto melhor com uma recuperação mais rápida e mantém os órgãos internos em bom funcionamento pelo simples fato de mantê-los no lugar anatômico.



Fonte : http://www.cdof.com.br/consult27.htm