Já faz tempinho que eu estou reparando, mas na última semana, talvez pela proximidade do jogo de futebol(sim eu gosto também de futebol) Argentina x Brasil. Preste atenção você também como andam “afetadinhos” os jogadores, em que cada declaração parece tomar proporções de “xingar a mãe” do adversário.
Tudo isso podendo ser facilmente caracterizado como “tempestade em copo d’água”. Um exagero atrás de outro em reações de quem está com alguma fragilidade psicológica. Por algum motivo que não interessa a ninguém, claro.
Na escalada tem estado assim faz tempinho.
Amigos, que gosto muito (mais abaixo no texto até falarei a eles diretamente) ficam ofendidos por coisas que digo, sem a menor intenção. Apenas uma análise das coisas, sem ficar indo para o "lado pessoal".
Ainda pelo futebol, ainda acredito que somente porque não torço para o seu time, não quer dizer que odeie a pessoa que goste do adversário.
Desde que comecei o blog aprendi que somos vilões e mocinhos em cada parte do dia. Não sou a pessoa mais querida do mundo, confesso, já andaram até declarando que tenho “inimigos” e etc. Pois bem, tudo isso movido a algum comentário que por, repito, sem maldade nenhuma e nenhuma intenção de ofender ninguém. Quando quero ofender, não vou negar “desço a lenha” sem dó mesmo.
Aprendi com a minha família mesmo, a não ficar quieto quando alguma coisa me incomoda. Mas aprendi também a escutar todo e qualquer comentário a respeito do que fiz ou farei.
Não considero ofensa, por exemplo, dizer que lugar “A” é melhor “B”, claro na minha opinião. Quem discordar, tem todo direito, afinal é só minha opinião. Ficar ofendido, já acredito que seja exagero. Pelo comportamento que tenho visto ultimamente, todos parecem que estão sempre com TPM. Tudo é motivo para ofender, ficar de cara virada e querer cuspir uns nos outros. Saber ouvir o que os outros pensam da gente é virtude de uma pessoa adulta.
Por isso, deixo para que todos os amigos, os quais já disse cara a cara o quanto gosto deles que quando comento algum defeito que possui, na verdade é querendo ajudar, e não ofender ninguém. Eu mesmo tenho “zilhões” de defeitos, e pouquíssimas qualidades. Até cometo o absurdo de considerar grandes defeitos pessoais como grandes qualidades.
Porém toda e qualquer crítica de amigos, conhecidos, e até desafetos eu escuto e não fico remoendo com todo o ácido do rancor. A vida é muito curta para ser tão pequena.
Ultimamente vejo todo mundo, mas todo mundo mesmo, se comportando como o Coringa do filme Batman. Rindo de nervoso, e aplicando uma violência (pelo menos social) desenfreada e sem limites. Pergunto: para que mesmo?
Não é mais fácil conversar? Não é mais fácil chegar a um canto, e dizer “Fulano, porque você falou (escreveu) aquilo?”. Da melhor maneira e mais civilizada possível. É assim que pessoas adultas costumam fazer. Subimos paredes, mas não somos macacos.
Há pessoas que estão bicudas comigo porque escrevi alguma coisa, que na cabeça dela tomou proporções desproporcionais da realidade. Até mesmo porque o tom do que lê está na cabeça do leitor, e não na realidade de fato. Não sou o melhor escritor do mundo. Deixo isso para artistas de verdade como Gilberto Dimenstein, Carlos Heitor Cony, Arthur Xexel e Alberto Helena Júnior.
Aproveito então para deixar bem claro:
Ao querido Frederico Vianna, não quis nunca ofender você, nem nunca pensei o contrário de seu caráter. Na relação que construímos sempre imperou a sinceridade e nem por isso iria eu acabar com algo que eu aprecio muito que é a nossa amizade.
Ao parceiro no blog Alê Silva, em nenhum momento quis abusar da sua boa vontade, ou desrespeitar a parceria que tenho com você e a relação com a Casa de Pedra. Não há muitas coisas que me dê o prazer inenarrável de poder escalar nesta academia que, repito e nunca omiti, considero minha segunda casa.
À minha amiga, conselheira e quase irmã Mariella Velloso, que por algumas vezes coloco rabugices (como ela mesmo define) e ela mesmo vive reclamando de que poderia ver o mundo de uma ótima mais diferente do que usualmente vejo.
Ao amigo e conselheiro Eliseu Frechou, por ter prometido tantas vezes ir visitá-lo, e dado o cano tantas vezes que já perdi a conta. Por isso, e por estar escalando cada dia em um local diferente de São Bento do Sapucaí acabei deixando de dar a devida importância a tópicos básicos de segurança de escalada e montanhismo aqui mesmo no blog.
Ao amigo Lucas Albuquerque, que sempre se sente pressionado a ir para a rocha por mim mesmo, e por motivos pessoais (vida social intensa) sempre posterga uma ida mais constante para a rocha, que poderia melhorar em escala logarítmica sua escalada que já é muito boa.
Finalizando, deixo para fazer a mesma pergunta do Coringa : “Porque anda tão sério?”.
1 comentários:
A vida é como um piquenique em uma tarde de domingo -- ela não dura muito tempo. Só olhar o sol, sentir o perfume das flores ou respirar o ar puro já é uma alegria. Mas se tudo o que fazemos é ficar discutindo onde pôr a toalha, quem vai sentar em que canto, quem vai ficar com o peito ou a coxa do frango..., que desperdício! Mais cedo ou mais tarde o tempo fecha, a tarde cai e o piquenique acaba. E tudo o que fizemos foi ficar discutindo e implicando uns com os outros. Pense em tudo que se perdeu.
Você pode estar se perguntando: se tudo é impermanente, se nada dura, como pode alguém viver feliz? É verdade que não podemos, de fato, agarrar ou nos segurar às coisas, mas podemos usar esse conhecimento para olhar a vida de modo diferente, como uma oportunidade muito breve e rara. Se trouxermos à nossa vida a maturidade de saber que tudo é impermanente, vamos ver que nossas experiências serão mais ricas, nossos relacionamentos mais sinceros, e teremos maior apreciação por tudo aquilo que já desfrutamos.
Também seremos mais pacientes. Vamos compreender que, por pior que as coisas possam parecer no momento, as circunstâncias infelizes não podem durar. Teremos a sensação de que seremos capazes de suportá-las até que passem. E com maior paciência seremos mais delicados com as pessoas a nossa volta. Não é tão difícil manifestar um gesto amoroso quando nos damos conta de que talvez nunca mais estaremos com a nossa tia-avó. Por que não deixá-la feliz? Por que não dispor de tempo para ouvir todas aquelas histórias antigas?
Chegar à compreensão da impermanência e ao desejo autêntico de fazer os outros felizes nesta breve oportunidade que temos juntos, constitui o começo da verdadeira prática espiritual. É esse tipo de sinceridade que efetivamente catalisa a transformação em nossa mente e em nosso ser.
Não precisamos raspar a cabeça nem usar vestes especiais. Não precisamos sair de casa nem dormir em uma cama de pedras. A prática espiritual não requer condições austeras -- apenas um bom coração e a maturidade de compreender a impermanência. Isso nos fará progredir.
Chagdud Tulku Rinpoche, em "Portões da Prática Budista".
P.s.: Vê se traz um vinho aí de Buenos Aires pra mim dessa vez!!=D
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