Não é segredo para ninguém não importando o nível de experiência, que a revista Outside Americana é uma das grandes referências para atividades Outdoor.

A revista é reconhecida mundialmente porque, entre outras coisas, respeita , e muito, o público alvo. Sempre inovando e sempre conseguindo ao longo de sua existência publicar de maneira abrangente as novidades do mundo Outdoor, sem mostar preferência a nenhuma modalidade em especial.

Na revista há um blog totalmente voltado para escaladores, com um responsável por ele muito pilhado em cavar notícias e divulgar o pensamento e reflexão.

O blog de Escalada teve a honra de ser citado por ele em várias oportunidades e ara minha própria surpresa é consultado por ele constantemente.

Procurei Adam para que concedesse uma entrevista para o blog para que pudéssemos saber mais sobre ele e seu trabalho.

1 - Adam, quando você começou a Escalar?

Acredite ou não, eu só comecei a escalar a cerca de um ano e meio atrás.

Eu tinha acabado de voltar de uma viagem de seis meses pela Argentina.

Enquanto estava lá gastei um montão de tempo em trekking e esplorando todos os tipos diferentes de montanhas pelo país – os Andes em Mendoza, San Juan , Santa Cruz e as Sierras Grandes em Córdoba.

Daí me veio na cabeça como seria legal aprender a escalar de verdade.

Eu estava no meu último ano na universidade, e quando voltei entrei para o clube de montanhismo da minha faculdade e comecei escalar em um ginásio de escalada com eles.

Eu pensei que seria somente um hobby, mas logo tomou conta da minha vida.

Tres meses depois de começar a escalar, eu fui em uma viagem de boulder por minha conta para o oeste americano.

Dois meses depois disso, comecei a guiar escaladas em móvel no sudeste do estado de Utah. Eu ainda não sou muito bom na escalada, mas pelo menos sou bom o suficiente para aproveitá-la.

2 - Como foi a oportunidade de trabalhar para a revista Outside?

Eu comecei a escrever profissionalmente quando tinha 17 anos, então já tinha publicado um bom material quando comecei a trabalhar para a revista Outside.

O que aconteceu foi que eu estava olhando para o site deles e percebi que seu blog de escalada, que costumava ser escrito pela conhecida escaladora Katie Brown, não era atualizado a um ano.

Então enviei um email ao meu editor, Joe Spring, com a idéia de um blog sobre escalada. Eu disse a ele : você sabe, escaladores são pessoas obsessivas, todos sempre pensam em escalada.

Muito mais escaladores irão visitar o seu site se você escrever sobre o esporte.

Eu não esperava realmente escutar uma resposta dele, mas ele resondeu a mim no mesmo dia.

Ele gostou da idéia, e então comecei a escrever semanalmente no blog de escalada da Outside. Depois de seis meses depois, um trabalho em tempo integral surgiu na revista. Joe me encorajou para eu me candidatar, e eu fiz.

Depois de alguns meses de entrevistas eles me contrataram e eu me mudei para o Novo México onde fica a sede da revista.

3 - Você é o responsável por assuntos de escalada em um blog na revista Outside. Qual a dificuldade disso?

É difícil, mas eu adoro. A parte difícil agora é que em um trabalho de período integral é difícil achar um tempo para escrever.

Além de escrever sobre escalada, eu tenho um monte de outras tarefas .

Eu ajudo nos artigos do diário “News From the Fields”, gerencio o nosso twiter e supervisiono a produção da revista online e ocasionalmente escrevo para a edição escrita também.

Com tudo isso fica meio difício em escrever para o blog. Ultimamente eu acabo levando meu trabalho para casa.

Também ajuda que os escaladores profissionais são fáceis de lidar.

Na sua maioria são muito gente boa, e usualmente muito contentes que revistas não especializadas em escaladas estão interessadas em o que eles estão fazendo.

Tenho muita sorte, pois há muitos outros escaladores melhores que eu por aí que tem de trabalhar em empregos chatos para manter seu hábito de escalar, enquanto eu sou pago para pensar em escalada todo o tempo.

4 - O que você conhece sobre escalada em lugares como Brasil e América do Sul?

Não muito do que eu gostaria de saber.

Nós raramente ouvimos sobre escaladores sulamericanos nos Estados Unidos. Quando o Frechou, Bruno e Leal (Eliseu Frechou, Márcio Bruno e Fernando Leal) escalaram Guerra de Luz e Trevas no Monte Roraima, relativamente pouca pessoas nos EUA divulgaram. Mesmo sendo um tremendo feito.

Eu acho que seria difícil para maioria dos americanos nomear até mesmo um escalador famoso sulamericano.

Muito do que eu escuto do Brasil é de blogs como o seu e da afaliada brasileira GoOutside.

5 - Em suas viagens de escalada como você escolhe os lugares a ir?

Moab é meu lugar favorito no Planeta Terra. Tem tudo que eu gosto : Torres maravilhosas em arenito, ótimos boulders, e muitas vias tradicionais em móvel lindas.

Mesmo que eu não viva lá ainda, eu ainda sigo pensando que é minha segunda casa, e eu vou para lá sempre que tenho uma chance.

Em geral eu gosto de escalar no deserto. É por isso que eu vou para esta parte dos EUA, e posso estar perto de lugares que eu sempre sonhei em escalar.

6 - Como é a comunidade escaladora dos Estados Unidos? É realmente unida?

Esta é uma pergunta interessante.

Eu acho que há um abismo entre a geração velha de escaladores que aprenderam na marra e na rocha e a nova geração de escaladores, muito dos quais agora gastam maioria de seu tempo escalando em ginásio de escalada.

Eu acredito que muitos destes escaladores jovens cresceram em competições de boulder e iam logo após a escola vêem o esporte de uma maneira completamente diferente.

Eles focam no lado atlético da escalada, mas esquecem sobre o risco, o lado aventureiro do esporte.

Eu conheci garotos que escalam 8a no ginásio, mas ficam nervosos em escalar na rocha. Fora de ginásios há grandes cidades de escalada como Boulder e Moab, e pode ser difícil encontrar escaladores tradicionais mais jovens que 40 anos.

É doloroso.

7 - Em sua opinião, o esporte de escalada está crescendo ou estabilizou nos EUA?

Está crescendo, não há dúvida disso.

Eu acredito que os ginásios de escalada estão realmente mudando este quadro. Voltando no tempo, na década de 60 a 80, para ser um escalador de verdade você tinha que completamente dedicar-se a isso.

Se você trabalhasse em um emprego formal ou vivia em uma cidade longe das montanhas, nunca tinha esperança de ser bom.

Agora que ginásios são comuns,e novos estão sempre abrindo ao redor do país, agora você pode treinar 4 ou 5 dias da semana.

Há um fator segurança também, aprender a escalar na rocha tem uma curva de aprendizado muito mais acentuada que aprender no ginásio. Acreduto que isso era o motivo desmotivador.

Mas também acho que os esportes outdoor em geral estão crescendo, e a escalada é apenas uma parte deles.

8 - Você tem alguma mensagem a enviar para os escaladores da América do Sul?

O que eu posso dizer? Somos todos escaladores, todos nós queremos as mesmas coisas da vida.

Então acho que tenho de dizer a qualquer escalador : escale duro, seja bom, e não se preocupe muito com isso.

Se você alguma vez for ao novo méximo me procure, eu provavelmente estarei no Santa Fe Climbing Center.

Pergunte pelo Adam.

Para saber mais sobre Adam Roy, ou até mesmo ler seus artigos na Outside americana acesse : http://www.outsideonline.com/blog?author=Adam+Roy