A questão de ética e vias conquistadas é talvez tão antiga quanto o próprio esporte de escalada.

Também são de longa data os super “donos da verdade” que se dizem os reis absolutos das regras e convenções da escalada.

O que não falta no mundo inteiro são polêmicas, bravatas e discussões que seguem por décadas.

Na última semana dois escaladores que se valeram por uma imensa falta de caráter, e possuídos por uma tática canalha, arrancaram vários grampos da via em questão.

Com isso, trocando em miúdos, a via foi “apagada” de sua existência.

A via “apagada” era cercada de polêmica pelo maneira que foi aberta e o que a mesma representa para a comunidade local.

Mas não há nada que justifique a atitude pusilânime que a dupla teve ao simplismente desrespeitar Toda e qualquer ética de escalada vigente.

Uma das consequências foi sentida na pele : A dupla de imbecis foi ameaçada por cerca de 40 pessoas de serem linchadas, e se refugiaram de forma covarde dentro de um locutório (loja de cabines telefônicas). Saíram escoltados pelas autoridades locais, prestaram depoimento sobre o ocorrido, e tiveram de devolver cada um dos grampos retirados da via.

A Argentina vê mais uma vez estrangeiros desrespeitarem os locais de escalada no país. Vale lembrar que um brasileiro também dono de baixo caráter e inteligência contribuiu para que o Valle Encantado fosse fechado durante o verão pelos seus proprietários.

Para estes dois exemplos não houve punição para os infratores. O resultado disso é que neste ponto que o esporte mais sofre, pois não há legislação que proteja os locais de escalada de atos como este.

Somos reféns de pessoas incapazes de respeitar nem mesmo o esporte que praticam. O desejo de fazer algo imbecil, pouco importa se irá ou não prejudicar outras pessoas que praticam o msmo esporte.

Imagine a seguinte situação : um estrangeiro, ou até mesmo um outro idiota como o poluidor do Valle Encantado, se sente no direito de ir até um local de escalada popular. Por exemplo o Pão De Açúcar, no Rio de Janeiro, ou até mesmo a Serra do Cipó.

Estando lá decide que uma via está fora dos padrões de ética, e remove os grampos que fazem parte da via. Imagine agora a via “Italianos” ou até mesmo a “Johny Quest” na serra do cipó desaparecer da noite para o dia.

Quem são estes escaladores que se sentiram acima de todos os demais e “apagar” da história uma via que era até mesmo mais velha que eles mesmos?

Já presenciei escaladores brasileiros planejarem fazer o mesmo em vias como “Nem Fudendo”(Itajubá), “Chove não Molha”(Pedra do Baú), “Injustiça Social”(Serra do Cipó) para citar algumas.

O desenrolar disso tudo já foi visto : como o sujeito é estrangeiro, ele simplesmente faz as malas e vai embora para casa.

Este sentimento de frustração e impotência que está sentindo agora é o que a comunidade de escaladores da Argentina está sentindo neste momento.

Ninguém, seja do próprio pais, ou estrangeiro tem o direito de se achar o dono da verdade. O que foi feito foi, cristalinamente, uma babaquice típica de perfeitos cretinos. Este ato é inaceitável, sem qualquer exceção, tanto em vias polêmicas ou não.

Para saber mais veja em : http://www.lacachania.com.ar/noticia.php?id_nota=185&id_seccion=1

Leia texto em Português : http://www.altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=3246